Amor em Três Atos

Ato primeiro - Inexistência

Da vida que vivi e que imaginei viver

Quando enfim o despertar na juventude notei

Lembrei-me de um amor que um dia busquei

Na claridade mórbida do silêncio que me tornei

Esse amor, que o desejo transformava em chamas,

E na alma pura dominava ainda a fé de uma criança

Esse amor que o tempo endureceu e estilhaçou-se

Do qual nao restou nem mesmo a sombra de uma esperança

Esse amor que nunca vivi,

E na dor sentida da vida sofri,

Esse amor que queria sentir,

Sem que essa lage fria viesse a intervir

Esse amor que nunca existiu,

E que negou-me o direito de queimar-me nessa chama

Desse amor que consome a esperança, e grita

Que sem amor, nunca de fato existi nesse drama

Ato segundo - Presença

Esse sentimento, que se conserva no intimo

No infinito vazio de nos dois, e que preenche

De sonhos e presenças, olhares e ausências

O amor que é magia, em sua intima essência

Na presença, contida na eternidade desse amor

Vela os segundos que a distancia permeia

Numa crescente e insuportável saudade

Numa interminável e longa vontade que me incendeia

Esse amor, que atravessa o tempo

E que de vida em vida, se faz presente novamente

Na nostálgica saudade ou na adorável presença

E faz longa a vida e curta a existência

Meu amor, que na verdade é teu

Que é maior que a distância e o tempo

Que se faz contente, mesmo ausente

E que se entrega ardente aos braços teus

Ato Terceiro - Saudade

De nosso amor restou a saudade

Infinita e calma como a distância

Levando-me os sonhos, que não pude sonhar

Trazendo-me lembranças que ainda quero provar

Na memoria, guardo as lembranças

Do amor que um dia amei

Fotos de uma paixão que sonhei

E lagrimas de um amor que chorei

E dia a dia, e de lembrança a lembrança,

Deixo-me levar pelo que me resta de esperança

Como uma criança que ainda não sabe

Que viver sozinho é uma dor que não descansa

Saudade e lembrança, que triste aliança

Fere profundamente a alma e abala a esperança

De um dia novamente viver o mesmo amor da lembrança

Numa nova eternidade e uma nova infância

Claudio José
Enviado por Claudio José em 12/11/2012
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