POR NADA

Sozinha, estava.

Olhando para o nada,

Que representava um nada

De algo que um dia foi tudo.

Sozinha, pensava.

No momento, de graça,

Na vida, sem graça.

Do nada, que um dia foi tudo.

Sozinha, negava.

Argumentava, justificava,

O nada, que já não é nada...

Mas que um dia foi o tudo:

Sonho, corpo, paixão...

Sozinha, limpou uma lágrima,

Por nada.

Por tudo.