NEM AMOR, NEM CORAÇÃO

Nós os do agora as cinzas

sensíveis em lesões

cegos de inconsciente antolhos

Nós da secreta e pesada cruz

que de mãos atadas

não nos revelaremos em alívio

Abatidos que estamos

do que nos escasseia

nesse opoente mundo

Nós desavisados, premidos em passos;

todos sonâmbulos, claudicantes e vagos

Nós recordados por possível lado claro

já confuso e escurecido a identificar,

no drástico chão pisado

Nós que entre nós despertamos breves

em derradeiros suspiros até

o infindável sono

Nós os da lenda e queda

nós do desprezo de nós mesmos

nesse vivo mas fino fluxo de estreitamento

Nós entre a eternidade e a compaixão

dispersos, anversos

revelados ao obscuro

pro destino desse injusto laço

que aperta e comprime

no que ainda somos,

pra isso que seremos

frios

estáticos

imutáveis

DanielFCosta
Enviado por DanielFCosta em 12/11/2012
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