Vestida de Noite

Do corpo despertou

O verso desnudo de nuvem ou preceito...

Da alma a indução do sentimento sideral

Provido de herança e esperança!

Logo que a pintura vestiu-se de noite,

Tudo perolou-se em pelúcia, e a pele,

Surgiu em veludo, odes ao ventre, lantejoulas,

Ao céu azul cor da íris, olhar, Teu ais!

Entre as mãos a taça servida

Bebe do lábio a palavra a ser dita!

Paginado pelo luar em fase nova

As dunas iluminam-se, as faces se tocam

Em falsetes de Andrômeda, culminando

No extasiar das estações, quadratura musa quimera!

Tecido pelo desejo de ser, estar...

Letra e melodia mesclam-se em opus coração,

A oração vem da passarada louvando a alvorada

Chegando como a carícia... Fascinação!

Tua verve me embevece,

Leva-me além dos versos do além... Amor!

Oh! Diva dos lamentos cósmicos

Sirva-me mais um vinho,

Pois quero teu beijo em ébrios do porto,

Longe dos mudos avessos!

11/11/2012

Porto Alegre - RS