E eu te procurei por toda a vida...

És o inverso de mim

E estamos sempre na contra-mão.

Num encaixe, mão na mão.

E se choro eu,

És tu a minha consolação.

E quando choras tu,

Morro eu e quero-te em meu colo...

E corro às minhas tintas!

E pinto as vidraças do teu ohar

Tão transparente... terno e meu.

E tenho medo que qualquer coisa...

Que seja... ou que não seja!

Embace a tua vidraça linda e verde - o teu olhar...

E lhe roube a luz... morro de medo!

Haja que vivo eu "à sombra" da luz tua.

Sombra fresca onde amparo-me...

Rede fresquinha, os teus braços.

E deito-me... balanças-me... e faz-me sonhar...

E quando calo eu,

Tu tens todas as palavras que eu necessito ouvir...

De acalanto... um canto de passarinho à mim.

E quando calas tu... Perco-me!

E sou tão impulviva!

E praguejo a tudo o que te cala o "meu" teu canto.

E quando não sou abraço,

Tu és todos os abraços dos quais eu preciso.

E se tu não me abraças, cresço adulta!

E choro... e quero ser criança tua...

Dá-me o teu abraço sempre!

E quando acordo pela manhã, meu raio de sol...

Estou escura quase sempre. E o teu sol aquece-me!

E ganho todas as cores que vêm de ti!

E sou tua e quero dançar de alegrias e amores!

E agradecer a Deus por ser tua... tão tua...

Como nunca mais quero ser de ninguém...

De ninguém, vida minha luz!

Pois que tu és a minha "florvida"...

E eu, borboletinha "vidabreve"!

Cansada de todas as vindas e idas...

Cansada de te procurar por toda a vida.

Karla Mello

12 de Novembro de 2012