Amor se reconhece...

(...) diferenças, indiferenças,

nem sempre geram descrenças,

dúvidas, inseguranças:

atiçam lembranças,

aguçam distâncias;

reviram as redondilhas da vida,

inseridas no texto e contexto;

mãos de versos, inversos,

reversos do universo;

complexidade e simplicidade

amplexos ou seriedade demais,

nos espinhos que a vida traz;

coração que procura o

brilho do olhar, as vezes,

opaco e desconexo,

converge numa luz conexa,

amor alinhado no desalinho

que faz ninho n'alma confusa e

tão certa que desperta na

dualidade da incerteza,

a eternidade do amor;

almas se entrelaçam tantas

vezes e até sem saber;

descobrem a imortalidade

quando sentem o amor

que se reconhece inteiro,

absoluto e infinitamente.

Marisa de Medeiros