Triste desdita de cada um de nós

É impossível ser feliz quando alguém deseja

que você seja aquilo que não é.

É como tentar vestir uma roupa que não cabe em mim,

mas o outro insiste em dizer: Veste que cabe!

Uma marionete seria mais adequada para aceitar essa roupa.

Viver assim é muito triste, principalmente porque,

se não ceder, eu serei sempre o culpado de tudo

e de todas as consequências.

Ser sempre o errado, ter uma família de 'pais perigosos'

taxar minha simpatia como assanhamento

e julgar o meu caráter para eu entender

que não devo abrir a boca ou me comunicar,

ou fazer amizades, salvo quando autorizado!

Isso não é vida... é morte vivida a cada dia.

Como de costume, mais uma sexta, sábado e domingo

devo conviver com o silêncio, a birra, o emudecimento

como sinal de protesto porque a minha massa pronta

não está se encaixando na forma dentro do forno

que sempre me aguarda.

Mais uma vez durmo só,

pois a arma do protesto sempre a leva

para o sofá da sala ou para o outro quarto

e dessa vez, alardeado em bom tom

que assim será até que eu

me encaixe na roupa que não me cabe

ou que seja assado na forma que não tem o meu formato.

Não sei o que é felicidade no lar...

Mas por outro lado, quando penso em outro Mundo

fico feliz, porque lá, apesar de tudo, apesar da distância

eu sei que ela desfruta da felicidade

pois ela tem motivos muito especiais que a fazem feliz.

Como ela disse em frase, ela possui pessoas que a fazem sorrir

ela possui uma família feliz.

Isso ameniza qualquer sofrimento, qualquer dor

qualquer impossibilidade...

Eu continuarei a aturar futilidades infantis

de alguém que não usará roupas dadas por mim

por terem sido indicadas por outra mulher,

e que promoveu a guerra por eu não transferir

para as mãos dela algo que não é meu e nem dela.

Este é o limiar para o homem buscar entender

se o fato dele pedir desculpas sempre o tornará pacífico,

honrado e amado, ou o tornará um capacho subjugado em mãos alheias.

Infelizmente só se descobre isso quando o amor acaba

pois o amor é cego e não o faz por obrigação,

mas o faz sempre pelo prazer de fazer feliz a quem se ama

ou, por princípios e caráter, continuar a fazer, agora por obrigação,

a quem se amou um dia.

Por isso devemos estar sempre atentos a quem entregar

de corpo e alma a nossa vida e o nosso coração.

Se o espírito te conduzir, você sempre estará em boas e santas mãos.

Mas se a condução for pela carne, só restará um convívio de mandos, desmandos e manipulações, pelo simples prazer do aplauso ao eu,

ao egoísmo e à vaidade do poder de comandar outra vida,

sem necessariamente estar interessado se ela sofre, implora,

chora e clama por libertação, de não querer ser aquilo que não se é.

Um desabafo por causa do mundo A? Talvez sim...

O afloramento da ansiedade de não estar conseguindo

esperar a segunda-feira para voltar a buscar o ouvido que te acolhe?

Talvez sim também...

Como é de se imaginar, impossivel acontecer... NR.

Por outro lado, não sei porque, essa madrugada sonhei

com o homem de outro Mundo A. Ele estava de paletó e gravata.

Nele, fomos corteses e bastante amigáveis... olhamos olho no olho.

Ele estava feliz no sonho... mas de repente ele desapareceu.

Talvez ele tenha retornado para a felicidade Resgatada

nesse fim de semana, pois ele estava muito feliz no meu sonho.

Carlos D Martins
Enviado por Carlos D Martins em 11/11/2012
Reeditado em 11/11/2012
Código do texto: T3980386
Classificação de conteúdo: seguro