FECUNDO
A janela se encontrava entreaberta
E a cortina de renda a bailar ao vento...
No ângulo da ansiedade sentimentos despertos...
O corpo deitado na cama,
os olhos na janela fitando o azul claro da manhã...
Detive-me nas nuvens...
Elas transmutavam efêmeras figuras imaginárias...
O corpo deitado na cama morno, quase desperto,
meu olhar deitava-se na penumbra...
Tu dormias, o sono dos anjos...
Olhos suavemente fechados, expressão sonhadora...
Aconchegado ao travesseiro tinhas a mão esquecida sobre a coxa...
Respiração ritmada, uma intenção de sorriso, abandono sereno...
A janela entreaberta...
Os raios de sol batiam em teus cabelos...
Teu corpo jogado, inerte, vulnerável...
Meus olhos te cobriam de ternura
passeando pelo teu ser...
Tocando-te na imaterialidade...
Virei-me de lado e naquela inevitável adoração,
observando teus traços num mundo tão teu...
O que sonharias nesse momento?
Onde voaria essa mente tão rica de sentimentos?
No mundo dos sonhos...
O que mereceria a atenção dos olhos teus?
A janela estava entreaberta...
Na vulnerabilidade tão exposta do sentimento,
fiz amor com Tua alma naquele momento...