SEM BEIJO OU ADEUS

Bora,

que a curva é torta

o feitiço é a chave da porta

perseguida caça ordinária

o sexo é otário

o que é o adiante

quando o horizonte é uma bicicleta levando um bigode de monóculo

há muito os gatos abandonaram a vigília da lua

e nenhuma nostalgia traz de volta

a idiotice caipira dos vampiros

porque nenhum lobo tem a missão do anjo

ainda mais que a noite não é busão

e a louca face da lua espiona

psicotrapos pendurados nas cercas de um manicômio astral

bora, que a estrada é velha

e burro cinza não sai de noite

essa babaquice toda quero longe de mim

porque o dessentido é uma grife de vacas insanas

vigariando eunucos por cálices de porra colhidos em mictório

aonde o elefante é um beijo do céu

o sonho é o pijama da alma brega

aonde o teorema é uma construção de palitos

aonde o tanque abre o cortejo de horrores

no abismo ingrato do carnaval dos mortos

porque absolutamente só

é a louca alforria

de quem sabe

a verdade é um longe

insistir - uma despedida sem beijo ou adeus