TIM LOPES



Domingo pela manhã. Tim Lopes nos deixa.
Domingo, a folga de Deus, logo no alvorecer, à hora simples da taberna, da reunião familiar. Domingo, momento de tranqüilidade. Tim é sereno. Uma dor súbita de projeteis, alojado em seu corpo (só para não falar que na alma se alojou), seguida de lealdade no seu modo de pensar e não dá tempo para deixa-lo acre ou rebelde. De preleção afável, Tim Lopes, e meigo coração não teve tempo de habituar-se a ela como irmão habitua-se ao irmão, e o companheiro o companheiro olha: nada diz. Eis que granjeia o inesperado chamado.E, Tim, poeta, jornalista, repórter, acontece-lhe isto: Deus é que vai encontra-lo e apresentar–lhe de face em face o poema e a crônica sem palavras do inefável.Tim Lopes nos deixa no domingo, carregado – não pude ver, que meu olhar aventureiro deslumbra-se à visão desses episódios elevados – conduzido por doutrina de anjos, precisamente da cor e do porte dos coloridos de Nazareth, artista de anjos, infantes e ilusões. A dor súbita o deixa para dar lugar à Esperança não compensada.Tim Lopes sobe e imediatamente à porta do Céu vai encontrar seus amigos que como ele se foram tão prematuramente. Não pude ver, que esses superiores episódios escapam à minha rude inteligência, mas naturalmente um cristão pode conceber a risada de Tim, replicando no domingo ao sorriso de Jesus Cristo abraçando-o.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 02/08/2005
Reeditado em 08/08/2005
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