O velho sonho a cantar todas as manhãs
Em meio ao silêncio ensurdecedor
Declamam – se todos os versos
Dos antigos que se vão.
Permeados pelo pó dos dias
Que se acumulam pelos móveis,
Ali tão imóveis...
Na inércia que movimenta os ciclos,
Faz a roda do mundo cambalear,
Por entre os buracos da estrada...
A calma dos ventos a cortejar
A copa das árvores traz versos mais lindos
Cansado já de tantas lonjuras...
Entre as asas de anjo,
Iluminado pelo candeeiro
Percebo seu rosto doce...
E o velho sonho é um galo
A cantar todas as manhãs
Trazendo de novo o vigor de meus dias...
E as manhas todas trazidas com o tempo
Te trouxeram até aqui pra me ajudar
A não deixar de te amar...