EU E VOCÊ

Quando você, como ultimamente fazes,
aperta meus lábios num beijo terno,
sinto o calor do verão radiante
e longe o frio, do tenebroso inverno!

Minhas mãos, em suas mãos, seguras,
ficam dormentes, entregues, esquecidas,
são como nuvens, no céu esparramadas,
leves, levadas, na amplidão perdidas!

Ao afagares meus cabelos, adormeço!
chego a ficar em transe por algum momento,
com seus dedos mágicos resvalando neles
sou um estandarte a tremular ao vento!

O arrepio, que por meu ser percorre
em sensação desconhecida, num repente
surge, e eu sinto, em tons embaralhados,
um arco-íris de sonhos, em minha mente!

Meus olhos ficam morteiros, embriagados,
quando encontram os teus, astros brilhantes.
Vem o ímpeto de adentrar-lhe a alma,
no estremecer, que me causa esse instante!

O teu sorriso se abre como as flores,
no desfilar de cores, da primavera.
Eu sinto possuir em meio a todas elas,
uma diferente, como jamais tivera!

As vontades descabidas, loucas,
o crispar de mãos, o apertado abraço.
Ai, quanta coisa não se faz na vida,
e o pouco feito, é sempre aos pedaços!

Quando você, como ultimamente fazes,
procura meus braços, neles se amparando,
eu sinto o calor brotar em minhas faces
e o desejo que em mim, vai acordando!

Meu coração bate descompassado
e o som vibrante por mim ressoa,
nós dois assim, juntinhos abraçados,
sinto então, somos uma só pessoa!

 
Moly
Enviado por Moly em 09/11/2012
Reeditado em 08/11/2016
Código do texto: T3977749
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