*_ QUANDO O AMOR FAZ...


Hoje foi o dia de decorar minha gaveta de
bênçãos, 
sentir a cor e o peso dos laços,
saber qual o reflexo dos milagres,
colecionar sorrisos...

Hoje percorri o caminho entre o abismo
dos dias vazios em que reinam sombras e
não escapa luz, onde o tempo se cala e o
silêncio dói...

Amor é um lembrar de alma...

Mistura o avesso e contraria tristezas.
Quando a semente se esquece de
germinar, o amor acerta os compassos e
desfaz enganos.

Constrói perdão...
Amansa o medo...
Perfuma olhares...
Colore os jardins...

O amor suaviza certezas amargas em
que o amanhã, sepulta a esperança.
Também lembra o caminho de volta para
casa, quando a fé na vida se perdeu.

E lembrar é o suficiente para muita
coisa aqui dentro deste meu coração.

Serenidade é o correr do riacho e o pulsar
do coração, que abrigo. 
É o sol que banha e a noite que me veste.
Nossas virtudes cabem em todas as
estrelas e o travesseiro é testemunha de
todos nossos sonhos.

Existem mãos que despertam os olhos e
letras que acordam a alma.

Amor é cirandar com o que é vivente,
ardente, poente, amante, nascente,
reinante no próprio peito que sente.
Amar é amanhecer dentro da gente
celebrando gratidão mesmo quando o dia
de ontem trouxer saudades.
Amar é saber o seu quinhão no mundo.
Hoje é o dia da varanda, da casa, dos
segredos que cada parede ouviu, viveu.

Hoje a cortina se abre para o sol arejar a
vida.




Dueto
Marya Ivanicska
Cavaleiro tarso