Calor no inverno
Meu corpo sem o seu
Não é um corpo
É apenas uma carcaça vazia...
Meu corpo junto ao seu
É outra coisa, tão forte
Chega até ser covardia.
As juras de amor com arrepios
Os milhões de "eu te amo" disparados
Os gritos seguidos de elogios
Os meus dedos com os seus
Quase amarrados.
Os meus olhos procurando pelos seus
Minha voz quase sem som
Um tanto rouca
Os meus pelos eriçados como os seus
Minha boca completando sua boca.
O suor que não se sabe de quem é
Se é meu ou seu
Ou uma junção dos dois
Por enquanto o comandante aqui sou eu
Mas relaxa, você vai mandar depois...
Frases soltas, soluçantes, desconexas
Nossos corações em pulsação constante
O seu grito a ecoar pelas américas
Enquanto a respiração é ofegante...
De repente
Num instante curto e eterno
E que vale o metabólico momento
Já sem voz eu e você
(Calor no inverno)
Liberamos um trilhão de sentimentos.
Nós deitados sobre leito majestoso
Chamuscados por um fogo poderoso
(Quão divino são os momentos assim)
E você num movimento de leoa
Quer me mostrar de novo o quanto a vida é boa
E dentro de você um pouquinho de mim...