MORRER DE AMOR

Ela me quis assim

morto de amor,

mas não quis esse fim

e segui meu caminho

despetalando rosas de plástico.

Ela me quis morto,

mas teimosamente me ergui,

zumbi de mim por alguns dias,

e caí

e me reergui

até ter forças novamente.

Ela me quis só o pó,

só a cinza,

mas sou mais forte

que a luz de suas manhãs.

Eu a esquecerei:

quando?

Ela não.

Verá em cada canto

o meu rosto de morto sorridente.

Deodato
Enviado por Deodato em 01/03/2007
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