MORRER DE AMOR
Ela me quis assim
morto de amor,
mas não quis esse fim
e segui meu caminho
despetalando rosas de plástico.
Ela me quis morto,
mas teimosamente me ergui,
zumbi de mim por alguns dias,
e caí
e me reergui
até ter forças novamente.
Ela me quis só o pó,
só a cinza,
mas sou mais forte
que a luz de suas manhãs.
Eu a esquecerei:
quando?
Ela não.
Verá em cada canto
o meu rosto de morto sorridente.