Quando eu partir

Quando eu partir

não te surpreendas se a noite

se fizer mais escura

e o vento frio penetrar,

sem pedir licença,

nossa janela, entreaberta

E sem pudor, entre as cobertas

percorrendo tua pele,

provocar arrepios

e envolvendo teu corpo

em abraços de ternura,

trazer-te outras lembranças

Sou eu este vento frio

a provocar recordações de noites quentes

Não te surpreendas se a dor

da saudade apertar, mais ainda

na lembrança de nós dois,

se o destino nos impos

malfadada distância

que mal soubemos disfarçar

Eu sou a lágrima de tristeza

que esconde o teu sorriso

Entorne a solidão pela janela

no bojo da escuridão, se acontecer

e vais perceber que já parti,

mas num recanto do quarto

serei o espectro da alegria

escondido em teu passado

Não te surpreendas, portanto

se me encontrares viva,

estremecendo em teu corpo

vibrando em tuas entranhas

como lembranças estranhas

de encantos e desencantos

que em ti sempre serei,

depois que eu partir

Aziul
Enviado por Aziul em 08/11/2012
Código do texto: T3974711
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