Azul
desde que te vi já
derrubei muralhas de concreto
me afundei em lamaçais barrentos
dilacerei rochas com os dentes
num baú guardei minhas correntes
descobri como chorar sem causar ruído
aprendi a não sangrar com o puído
do meu corpo contra o vazio
de onde deveria estar teu corpo
macio.
fiz isso tudo e faria tudo o mais
só pelo brilho dos teus olhos
azuis.