Tripúdio

Tão triste.

Tão convincente.

Tão duvidoso.

Tenho pena.

Quem necessita de tantos abraços,

bocas,e peles, diferentes.

Descobre um poço,e nele não sacia-se totalmente.

Semeia e não cultiva,abandona,simplesmente.

Não terá flores o suficiente...

Perderá a essência,derramando-se por tantos corpos. Tripudia o seu próprio coração,

Engana a si mesmo.

Marasmo,esmo.

Quantas palavras,ditas sem pensar.

Na delícia de tripudiar.

Que um dia,não seja tarde demais.

Que as marcas do teu corpo,não te envergonhem,

Que você,não busque o que de ti,não achou pelo caminho.

Será tarde,será breve,para um amor inteiro.

E quando,já for crepúsculo,para tantos amores...

Não sobre um gosto amargo,

De não ter amado demais...

De não ter se entregado de menos

Essa busca inebriante,um dia virará pó.

E será soprada ao vento triste,de tantos corpos,

almas que foram tuas,se entregaram...

E sobrará uma brisa confusa,

De tantos perfumes,que te envolveram.

De tantos amores,que em ti,se perderam.

E restará num canto,tantas poesias.

Tantas canções,que podiam ter sido cantadas.

Tantas fugas,que foram vividas pela busca.

Pela brusca sensação de ser onipotente.

De fazer contente,e se esvair.

De viver metades,tão deliciosamente inteiras,

Mas,tão rasteiras,sem raízes...

E restará a alma de algum poeta.

Que optou, por tripudiar o seu próprio ser.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 01/03/2007
Reeditado em 01/03/2007
Código do texto: T397370
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