Ilusão genuína

Ilusão genuína

As vezes te vejo quase em detalhes.

Já não és uma estranha, uma desconhecida.

Outras vezes és uma estrangeira de passagem

Uma mola encolhida

Apesar dos lados distintos, opostos

Tens um jeito misterioso que gosto

Que deixa em alerta os meus sentidos

Sinais confusos de paz e de perigo

Ouço teu sorriso sem ouvi-lo

Declarações que quase creio

Você me chamando de amor é um convite

Ao que quero e ao que receio

Estamos lado a lado em visões e sonhos

Vamos juntos ao encontro do desencontro

Nos encontramos com muita saudade

Mas nunca nos vimos de verdade

Tudo é muito estranho, diferente

Até o tempo é atemporal

Ele passa por nós tão rapidamente

Depois pára, retorna e tudo fica igual

É verdade que a verdade existe

E consiste em acreditar que nos damos

Que somos donos quando desejamos com paixão

Ter o que a distância não permite é vão

As viagens do pensamento se esvaem na fumaça

Lúdico é o vento soprando a nuvem que passa

O coração bate forte, descompassado,

Lembrando as alegrias e as mortes do passado

Como beijar a felicidade?

Como é esse gosto posto em fotos?

Como é o som do teu sorriso em gestos de carinho?

Qual é a tua intensidade em desalinho?

Assim, como uma história contada em rima

Como uma lenda ou um romance que fascina

Não sei se és uma doce ilusão genuína

Ou se de verdade você existe, Janaína

Paulo Mauricio

Paulo Mauricio
Enviado por Paulo Mauricio em 04/11/2012
Reeditado em 08/11/2012
Código do texto: T3968689
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