Eu queria um pouco mais da poesia,
que ela fosse bem pouco, talvez
e que eu a metesse nos bolsos,
para levar comigo aonde vou.
Mas aqui dentro do fundo de mim,
a poesia, parece, não é coisa pouca,
sempre é ainda mais e é até demais,
mais do que eu tenho, do que posso,
mais do que carrego, mais do que sou.
Eu queria um pouco mais da vida,
outra coisa, outras horas, outros sonhos,
outros momentos, planos, outros passos,
ou outros voos, outros céus e caminhos,
queria tudo que ela não é, o que seria,
o que viria a ser não fosse o que não é,
tudo que ela não representa e não tem,
que tudo fosse de fato assim importante,
que tudo fosse realmente imprescindível,
algo crível, algo possível, algo admissível,
e, se possível, que fosse algo factível,
tragável, palatável, inegável, inigualável
e que, mesmo assim, tudo fosse bem menos.
Eu queria um pouco mais do amor,
bem pouco mesmo, seja ele o que for.
Queria uma dose, uma gota, um cisco,
um ponto de luz perdido no infinito,
uma fagulha apenas no incêndio da vida,
um instante, um olhar, ao menos um suspiro,
um riso que escape indolente no meio dum sonho,
um punhado tão pequeno de tanta coisa boa,
uma porção diminuta de tanta coisa necessária,
uma verdade daquelas que são eternas, interna,
uma sensação de paz que seja assim tão amena,
de fazer essa vida tão tola talvez valer a pena.
Porque só um pouco de amor,
mesmo que seja só um pouco,
transtorna, transforma, inunda,
torna pleno o que parece pequeno
e torna forte tudo aquilo que fecunda,
amor, esse medo que arrisca e ousa,
essa coragem que aprofunda, mergulha,
essa vida que se agiganta, brota, floresce,
que sempre nasce pequeno tal uma semente,
que ainda nem sabe a árvore que é
e nem imagina a floresta onde mora.
que ela fosse bem pouco, talvez
e que eu a metesse nos bolsos,
para levar comigo aonde vou.
Mas aqui dentro do fundo de mim,
a poesia, parece, não é coisa pouca,
sempre é ainda mais e é até demais,
mais do que eu tenho, do que posso,
mais do que carrego, mais do que sou.
Eu queria um pouco mais da vida,
outra coisa, outras horas, outros sonhos,
outros momentos, planos, outros passos,
ou outros voos, outros céus e caminhos,
queria tudo que ela não é, o que seria,
o que viria a ser não fosse o que não é,
tudo que ela não representa e não tem,
que tudo fosse de fato assim importante,
que tudo fosse realmente imprescindível,
algo crível, algo possível, algo admissível,
e, se possível, que fosse algo factível,
tragável, palatável, inegável, inigualável
e que, mesmo assim, tudo fosse bem menos.
Eu queria um pouco mais do amor,
bem pouco mesmo, seja ele o que for.
Queria uma dose, uma gota, um cisco,
um ponto de luz perdido no infinito,
uma fagulha apenas no incêndio da vida,
um instante, um olhar, ao menos um suspiro,
um riso que escape indolente no meio dum sonho,
um punhado tão pequeno de tanta coisa boa,
uma porção diminuta de tanta coisa necessária,
uma verdade daquelas que são eternas, interna,
uma sensação de paz que seja assim tão amena,
de fazer essa vida tão tola talvez valer a pena.
Porque só um pouco de amor,
mesmo que seja só um pouco,
transtorna, transforma, inunda,
torna pleno o que parece pequeno
e torna forte tudo aquilo que fecunda,
amor, esse medo que arrisca e ousa,
essa coragem que aprofunda, mergulha,
essa vida que se agiganta, brota, floresce,
que sempre nasce pequeno tal uma semente,
que ainda nem sabe a árvore que é
e nem imagina a floresta onde mora.