AMOR-AMOR!

Na hora, em que o sino da igreja de outrora,
Firmava a ave Maria, o menino sem demora,
Percorria aos saltos; esburacado trecho de asfalto!
Trazia no peito  coração; de suave nato!

Que no ritmo de surdas batidas, traduzia;
Seu sentir. E o  amor, esta fonte de louvor e ousadia,
Fazia do menino, um príncipe de vestes rotas,
E cabelos eriçados por ventos e gotas,

Que ao inverso do que  versa o verso, jamais foi da chuva,
Que o vento logo afastou, mormente de calores, que a ruiva,
Nuvem de pudor; ao couro cabeludo acrescentava,

E neste ritmo, de ânsia e paixão! Torvelinho d’alma apascentava:
Calma! Calma! E se ria... sim! Eu a amo, afirmava!
E sempre amarei! Discursava:

Para o silêncio, e para o vento, que ainda teimava,
Em desfazer as vestes, trajes, que no labor diário trajava.

No ínterim,  desta entusiasmada jornada!
Ela docemente enlevada,

O aguardava, junto a canteiro das heras
Na rua dos cravos, no bairro das primaveras,

Recanto de espera, onde germinara seu amor,
Se não o primeiro; o primeiro verdadeiro amor!

A pequena flor, meneava nas mãos o doce de seu bravo
Infante: Pipocas das de emilia. Gravo!

Que permanecerá, como um símbolo da dádiva,
Do encontro de suas almas eternas... Meditava!

E antes que a primeira chuva caísse,
A primavera, cúmplice;
Dos amantes de hoje, de ontem e de antes
Assiste, com ares triunfantes,


O abraço que encerra o poema,
E o encontro que se renova no tema!


Imagem: Olimpio de Roseh

Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 04/11/2012
Reeditado em 10/11/2012
Código do texto: T3968288
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