NA PORTENTOSA PLENITUDE DOS SENTIDOS (quase quase no poema 1000...)

Ao amor, a Ti (se quiseres) e às que virão a seguir a ti

NA PORTENTOSA PLENITUDE DOS SENTIDOS

Te digo que te amo com todo o meu ser, que para sempre quero que fiques comigo

Na portentosa plenitude dos sentidos

Na poderosa osmose sensorial em que misturamos corpos e almas numa dança fundamental

Acho-te demasiado bela para não seres amada, és única, és especial

No corpo faminto por um corpo pede o teu contrariando o desgosto das noites em que não estás

E eu estou no limbo como um morto

Em beijos prementes onde a saliva trocada cai no chão

Porque devido à gravidade ela não pode ganhar os céus da imensidão

Nesse troca plena e completa de fluidos que representam uma possível existência

No amor louco que só quando se espera por ele é que se esgota a paciência

Enquanto os nossos corações batem num compasso silencioso

Que mede o quanto somos um para o outro, algo de divino, algo de imensamente poderoso

Que nada nem ninguém o podem perceber, nem anjos nem Deuses, nem nenhuma entidade divina

Pois como explicar que és tudo, és o todo para mim, minha querida?

E viajamos na cama, viajamos para paraísos e paisagens que mais ninguém irá visitar

Ficam no nosso céu íntimo que mais ninguém vê, para onde ninguém pode espreitar

Em recantos de prazeres indescritíveis

Nesse amor que só entre nós é ou seria possível

E na osmose carnal-mental compreendemos finalmente a nossa lei nunca escrita

És pedaço de mim, e eu de ti, que quando não estás abres uma ferida

De não me sentir completo

De tudo à minha volta ser um deserto

Dos mares de prazer serem um inferno sensorial

Nessa coisa muito própria e demasiado pessoal

Das palavras caras que espalham ouro no ar quando te digo ou ouvido ou berro ao mundo -Que te amo!

Para todo o sempre, ou apenas por um ano

Pois meu amor posso tudo controlar, mas o tempo, esse nunca me atrevo a domar

Por isso temos que aproveitar o tempo que possuímos antes dele se esgotar

Quando por fim se esvair a areia da eternidade na nossa comum ampulheta

Eu irei para outro lado, tu para onde não sei, porque a minha forma de ver e sentir é tanta e demasiadas vezes incorrecta

Não sabendo nada, embora tudo queira perceber, quero amar e ser amado

Até o tempo me encolher

E fizer de mim um velho que não escreva palavras de esperança, mas apenas o que lhe vem à memória

De tempos que já foram nossos, da nossa história

E hoje escrevi sobre o amor, e sobre ele sempre escreverei

Pois é ele que quando me sinto um escravo me faz sentir um rei

Rei das sensações de palavras meigas, de imensos carinhos

Que existem mesmo quando não estás ou te sinto comigo

Por isso neste dia, avancei mais uns metros na estrada que leva ao infinito

Arrancando novas palavras que estavam dentro de mim:

Na portentosa plenitude dos sentidos