CARNAVALESCO
No calor de nossos momentos,
Prometeu-me chuvas, sol, um bocado de estrelas
Atirou-me serpentinas, borrifou-me Brisas e ventos,
Enfeitou-me com lantejoulas, paetês e purpurinas,
Mas seguiu em trio, elétrico de maldade,
Fiquei olhando minha caravana passar
Arrasou minha alegoria, destruiu minha mocidade.
E abriu alas com alegria.
Tornaram-se escassos meus momentos de sorrir
Cobriu-me de poeira, pó tóxico de mágoas.
Passei minha solitária caminhada
Murmurando dores de arrependimentos
Tua imagem em minha mente tornou-se apenas um
Nevoeiro denso que me deixou à deriva
Num mar de lágrimas e lamentos,
E foi amor de carnaval
Arreveso de sentimentos
Canalha, teus dentes trituraram meus sonhos,
Teus lábios de riso sinistro e medonho
Teu caráter cortina negra, profunda mácula
Tua língua afiada navalha.
Canalha esqueça-te de cada palavra que ouviu
Espero que teus venenos lhe causem náuseas e ressaca e
Jogue pra fora meus sabores que engoliu
Patife! Que toda ausência te incomode,
E toda bebida te embriague e beba rios de tristezas,
Que tua guia se perca, e seu plano em confetes espatife-se.
Rejeite cada lágrima que por ti caiu
Minhas águas são profundas
Não deixaste rastros
Canalha! Rasgue tua fantasia,
Teu enredo de patranhas
Pendure tua máscara
Teu pecado foi mortal
Meu coração não é folia
Não haverá mais carnaval