ENCONTROS E DESENCONTROS
Há quem aprecie o encontro
Eu não tenho esta pretensão
Às vezes pensamos tanto que nos desgastamos
Há que se deixar acontecer aquele tempo que flui
Ou muito pelo contrário que em nada influi
Não buscar as amarras do destino
Um pequeno gesto às vezes um mimo
Muda tanta coisa insustentável de lugar
Um “eu te amo fora” de hora... Coisas de menino
Faz parar o mundo dos ponteiros
Um bombom com recheio
Um cheiro no cangote que arrepia a gente por inteiro
Uma marca de um beijo de batom no espelho do toalhete
Um tempo que possa parar este controle
Este pagamento de frete que faz com que tudo se apresse
Desde que seja para qualquer dia não marcado
Ou que esteja desmarcado para aquele dia
O importante é deixar-se ir sem empurrar
Ou até quem sabe um dia um talvez antes que esqueça
Este talvez que denuncia a possibilidade de que aconteça
Nós assim como joio e trigo possamos se amarrar
Marcamos tudo pra bem depois das seis
Talvez seja impossível que até lá não anoiteça
Mais se for possível nunca chegue antes
Assim saberias que a espera apodrece o fruto proibido
Antes da colheita por tê-lo amadurecido à força
Não terá ao doce encontro da hora certa sobrevivido.