O amor nos tempos da cólera
Estou com você minha querida
Estou a desejar cada instante
Da sua sublime presença
Te quero com o mesmo ardor de outrora
Quando nossos corações eram pequenos
Para tamanho sentimento
Guardo sua lembrança num verso
Que canta as venturas e as dores
De algum poeta aventureiro
Te choro na arpa de uma valsa
No enlevo das noites
Que brincam n’alma branda
Como os seus lábios brincam no nácar da minha pele
Sobrevivo das trocas de olhares
Dos suores das mãos palpitantes
E do descompasso do peito
Que se agita no ânimo dos seus passos ondulosos e soberanos
O furor dessa inquietação
E a majestade dos seus intentos
É que me consolam a anima
Para não sucumbir aos pálidos venenos da solidão.
À Gabriel García Márquez