Bendito Ardor

Água para os peixes;

Exclamava o poeta deslumbrando

Sua musa espelhando-se ao vento,

Batendo pelas vestes formosas,

E o beijo já era citado entre os versos!

A noite caminhava pelos cômodos

Daquele prosaico chalé no alto das nuvens,

Levando-me até as lamparinas d’onde

A indolência se fazia pelo corpo, pel’alma

Em cores aliciantes, comoventes, lírios ao olhar!

Na rubra maciez,

Orações incontidas, preces quiméricas

Ganhado a pele, os vislumbres da magia

Elegendo-te mulher amante do luar,

O silêncio se fez universo de preitos!

Pela galáctica do momento

Luzes e pergaminhos mesclaram-se

No desvendar das vozes em sofreguidão,

Pelo então amor alimentando cada córrego

Do corpo por inteiro, do sentimento por sacramento!

28/12/2012

Porto Alegre - RS