CORRENTES

Mal se aquietam meus olhos ardendo

Atentos às correntes de ar do ambiente

Querendo-as concreta de repente

Pra converterem-se em teu sorriso sereno

E me deixa tão mal quanto inteiro

Sofre o meu corpo que não te toca

Como as correntes insistem à porta

Num paraíso triste por não costumeiro

Mal se aquece o meu peito a só te ler

Quer o teu seio a lhe sempre esquentar

Como a minha boca à tua aquecer

Tais correntes como as ondas do mar

E me deixa acuado quando te vais

E fito tua cintura na minha íris brilhante

Os braços se abrem se tu cais

Nas labaredas do meu desejo gritante!

Devo ás estrelas os muitos elogios

Que, na verdade, só te cabem perfeitos

Como o meu amor te encaixar deste jeito

Às nuvens vais nas correntes de arrepio!

(A.quele N.uma D.as R.icas Í.mpares E.scondidas.)