Das incertezas do amor
Se amas alguém de verdade
Não penses que o coração se aquietará
Muito pelo contrário
Será de inquietações e incertezas
Que o teu amor se alimentará
Quem ama
se encanta mais com a vida
Sorri sem hora marcada
Mas também chora
Ah, E como!
Amar implica em desassossego
Em querer em demasia
E viver em função das horas
E o tempo pode ser amigo
e traiçoeiro
Minutos parecem horas
E segundos podem ser eternidade
Quem acha que amar
É calmaria
Decerto tem o amado por perto
E de uma longa espera
não faz nenhuma idéia
Pois quem tem o amor distante
Se revira na cama
Perde noites de sono
Tem dias enfadonhos
E oscilação de humor
E as incertezas surgem imensas
E viram monstros devoradores
Se o pensamento não busca
Nas marcas deixadas na alma
E no corpo
as carícias trocadas
Se à memória a gente
Não recorre pressurosa
Em busca das palavras
Ternamente sussurradas
Tão amorosas
Se não treinamos a respiração
Para poder auscultar
Toda as emoções vividas
E compartilhadas...
Quem ama
não tem certeza de nada
Mas é feliz assim
de forma inconseqüente
e doidivanas
Anda na corda bamba
e sorri
Vira criança
E dança
Ao som de um bolero
Nostálgico e terno
E aqueles monstros ocasionais
Viram gatinhos macios
Ou bichinhos de pelúcia
Quando fico ao alcance de tuas mãos
E de teu olhar
Todas as minhas incertezas
Me levam a crer
No nosso amor