MULHER

Sou borboleta que voa livre

Energia que emana do céu

Da estrela o brilho latente

Oculto a face envolvendo o véu

Do chão de barro o terreno seguro

A mãe terra é o porto universo

Viajo a vida envolvendo a morte

Paraíso pleno o descanso eterno

Do veneno eu encontro à paixão

Beijos doces e ferroadas

Do céu azul vou direto ao trovão

Sou dos dias, das madrugadas

Das noites quentes do verão

Do inverno a intensa geada

Brisa leve, vento, furacão.

Sou a prisioneira, sou a libertada

Sou a que não existe

Aquela que se reinventa

Sou do doce, já fui do amargo

Do cítrico até a pimenta

Lados opostos de um louco ser

Sóbrio ser temperamental

Quem sou, quem somos nós?

Qual o mistério da vida afinal?

Mistura cósmica entre o eu e o mim

Jardim secreto, o cravo e o jasmim

Da magia perfeita, a mais pura arte

Sou a mais corajosa, certas vezes a mais covarde

Sou do amor e sou do ódio

Do hoje e do amanhã

Da semente e do verde fruto

Sou a pedra bruta e sou o talismã