"Carnal"

"...Quando saboreio-te sobremesa, fui teu prato principal.

Quando sorve-me café da manhã, fui sua orvalhada madrugada.

Quando petisca-me como merenda, devoro-te almoço.

Quando recolhe-se em descanso sou tremula carne, sou Carnaval.

Quando sumo na escuridão da noite sou navalha na carne.

Corto profundo deixando o ardor da minha presença ficando em ti como cicatriz..."

("Carnal", by Carlos Ventura)