Olhos Negros
Tão imensos e tão negros,
Olhos imersos dentro da solidão,
Tem o amor e vários segredos,
Que se revelam pela escuridão!
Fitam-me densos no olhar,
Pensando saber algo sobre mim,
Tendo a limpidez do sonhar,
Porque estes me olham assim?
Há um mistério neles percebo
Um rastro de alguma formosura,
Que murmuram tão logo cedo,
A luz envolve-os em sua candura
Tão negros e tão imensos,
Aqueles olhares de leveza infantil
Brilham calmamente densos
Sob o luzir deste firmamento anil!