Sombras sem Voz
Um singular destino, vês?
Poucas vezes sombras lúcidas
Outras, lúdicas nuvens de algodão
Imaginarias quimeras mortas!
Perder-me, desfolhar-me,
Ah, que me livraste deste mar!
Tendo a lua testemunha no cais
Ai, doce mel, hoje o mundo clarear!
Canta sol e lava o mal, canta!
Estarei como a semente, dormente
P'ra brotar florindo num presente vivo,
Ondulantes girassóis de paz!
A passarela suspensa em asas vagueia
Na doçura em que minh'alma esparge
Aos tilintantes ecos de cristal brilhante, voa
Sorri... Àquelas sombras,
Tão ausentes de voz!