Reentrâncias
Talha-me o pensamento insone!
De olhos furiosos varrendo a madrugada,
latejando palavras até as extremidades d'alma
Talha-me o luar no parapeito da janela!
Colhendo brocados nos teares de minhas ânsias,
prevendo as centelhas da carne em gotas
Talham-me os sândalos circundando os lençóis!
Aflorando anelos subcutâneos,
serpenteando a espinha à procura do intangível
Talha-me a boca escarlate!
Ancorada na orla dos meus quereres,
de beijos nas pupilas, de aderências!
De palavras não ditas, guardadas nas aljavas,
esperando se perderem nas areias do tempo
Talham-me esses átimos em que me vejo de alma nua,
fugindo das reentrâncias e da ira, por saber-me assim, tão tua!
Talha-me o pensamento insone!
De olhos furiosos varrendo a madrugada,
latejando palavras até as extremidades d'alma
Talha-me o luar no parapeito da janela!
Colhendo brocados nos teares de minhas ânsias,
prevendo as centelhas da carne em gotas
Talham-me os sândalos circundando os lençóis!
Aflorando anelos subcutâneos,
serpenteando a espinha à procura do intangível
Talha-me a boca escarlate!
Ancorada na orla dos meus quereres,
de beijos nas pupilas, de aderências!
De palavras não ditas, guardadas nas aljavas,
esperando se perderem nas areias do tempo
Talham-me esses átimos em que me vejo de alma nua,
fugindo das reentrâncias e da ira, por saber-me assim, tão tua!
Denise Matos