Capitu, Capitu
Hoje me respondestes ,
o que a tempo me afligia o coração.
Tua resposta não fostes a mesma, em que imaginei.
Veio a mim, disse-me não.
Confesso-te,
não me aborreci, nem em pouco entristeci.
Sei que um dia, irás me querer,
me amará assim como eu a vós.
A história se inverte, e eu digo-lhe:
‘’ Te espero Capitu’’.
Não tu,
mas sim eu, Bento, hei de te esperar doce donzela.
O tempo pode passar,
séculos em séculos, minha e tua morte hão de chegar...
Mesmo se eu nunca te tocar,
os filhos desta terra hão de lembrar,
do menino que morreu incorrupto, por tanto amar,
uma raparigazinha, que fugia de seu olhar, por medo, insegurança
de também o amar.
Deixo-lhes escrito o meu presente, talvez o meu futuro,
tão incógnito e dependente de tu Capitu,
apenas hipóteses, que arde no fogo de um amor reprimido, de pensamentos ilícitos. Capitu, Capitu, ames seu Bento,
não deixe a história como dantes, a revertemos,
entregue-se a mim, nessa incandescente paixão que se formou no coração.