Viciado de você

Eu lhe experimentei, estava ali ao meu dispor

Então não tive como negar a tentação

Quando senti a textura, logo quis descobrir o sabor

Tendo o sabor, quis tê-la sempre em minha mão...

~

Então de ti eu me viciei, e quis tê-la muito mais

Uma, duas, três vezes, já não me completavam

Eu precisava de seus venenos, mesmo que letais

Preenchendo os espaços que em mim faltavam...

~

E foi sentindo sua falta que eu lhe trafiquei

E fui procura-la, onde eu pudesse lhe encontrar

Não sua procura, até o que eu não tinha gastei

Pois precisava de ti, custa-se o que custar...

~

Então já na pobreza, por você eu roubei

E fiz de tudo para tê-la em qualquer condição

Pois sem sua presença, eu me alucinei

E alucinado eu perdi toda minha razão...

~

Então foi assim que lentamente enlouqueci

E fui prendendo-me ao mundo de ilusão

Até que o raciocínio lógico eu perdi

Fazendo de minha vida uma enorme confusão...

~

E estando confuso eu matei

Matei toda lembrança, tudo que me fazia chorar

Tudo que vinha de você, eu queimei

Só assim de você pude me desintoxicar...

~

Foste meu bem, e o meu anjo delicado

Que por vezes levaste-me ao céu também

Hoje lhe encaro como meu mal desencarnado

Pois eu sei que jamais me quiseste bem...

~

E o amor, cadê o amor que você me prometera?

Ao oferecer-me teu beijo doado em vão

E eu que te considerei a ultima entre as primeiras

Acabei por ser apenas a vítima desta paixão...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 01/08/2005
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