VÃ PROCURA
De uns tempos para cá, principalmente
à noite ao me deitar, os meus olhos
exploram em meio à escuridão do meu
quarto, quem sabe na esperança de deparar-me
com quem amo, embora saiba que eu esteja só.
Nesse estado permaneço por um bom espaço
de tempo, talvez por tentar teimosamente
pelo menos para embater-me em quem procuro,
mas tudo em vão e sem nenhum resultado.
O espaço que meus olhos percorrem é pequeno,
contudo se fosse medido a distância que
eles investigam, talvez fosse comparado
com o espaço infinito.
O proceder é persistente considerando o
desejo de encontrá-la, e não existe uma
noite sequer que deixe de continuar da mesma
forma, embora conclua como dantes, não
encontro ninguém por estar sozinho como sempre.
No despertar de um novo dia, lembro-me que no
último ato antes de perder os sentidos como se
estivesse narcotizado, que adormeci acariciando
a fronha do meu travesseiro...