NAS CURVAS DO AMOR
Na penumbra as formas se encaixam
Gradação perfeita entre luz e sombra
No musgoso da cama a maciez da alfombra
Corpos bruxuleantes e sinuosos se transpassam
E de repende fixam-se como que emoldurados
Como se pincel e tela adentrassem o abstrato das formas
A beleza estática se elucubra se desprende exala
Ultrapassam os limites dos segredos de alcova
As juras dos amantes escorrem deliram adentro inquietos
Amam-se como se o mundo fluísse de suas entranhas
Violino ardente em sonoras e doces cadencia
Tudo roça a ferro e fogo no jogo da sedução
E na fornalha do ventre molda-se no ouro da volúpia
Em luxuriosa melodia o fio da espada de Dâmocles...