Embriaguez

Minh’alma um dia, sonhou,

pensou... Acreditou...

Depois de tantas noites de olhos de corujas

De lebres ariscas

O coração disse arrisca, arrisca.

E na canção da maré,

a areia deixou-se envolver.

Alguns instantes de sobriedade

Ou novamente a insanidade?

E como em tantas, a razão embriagaste.

E entre lagartas e borboletas

na dúvida vivi a certeza.

Mas a eternidade tem a velocidade da luz.

Lucidez, insanidade... Ilusão da alma

Que sente o coração?

Mareando entre viver e razão,

Entre bênção e maldição...

Onde estava eu?

Não vi que minha alma se enganava?

Que o coração sozinho novamente amava?

De quantos “perais” terei que cair?

De quantos banzeiros vou fugir?

Quantas ribanceiras ainda irei subir?

Mas a areia também se embriaga

Se deixa envolver, abraçar, levar.

É novamente o mar, o amar.

E a areia fica, chora

e novamente ama.

Lucidez, embriaguez, ilusão, razão,

lágrimas... Lágrimas.

Mas se chorar é minha sina,

sou a areia do mar

e a árvore das andorinhas.

Paula do Carmo Brandão da Silva
Enviado por Paula do Carmo Brandão da Silva em 22/10/2012
Código do texto: T3945471
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