Republico:



Tenho fé! E a tenho, com equilíbrio e razão, e se na pronta opinião,
Que outros fazem!  MInha fé é sem prima função, rebato! Esta a testa!
Assentada na lida escolhida, e na face que o pai me empresta.
Sou poeta! E quem tenha olhos que veja, no ornato; o diapasão.


A musica não é minha, perdura no mundo e a colho por ocasião.
Poesia na egrégora predomina, feito doce ambrosia, assim nada é novo.
E nada surpreende o poeta, que nas ondas dos séculos é colhido no covo
Das línguas, onde o novedio da mente é colheita de trigo ancião.


Sou préstimo de rente-chão, assim sei meu lugar, nesta vasta ilusão,
E se (ela) a ilusão, me convida, não tenho para ela guarida, dou-lhe despedida,
E dou a cova dos miasmas, minhas falas de prelo e sofreguidão.


Desuso dos verbetes e calo-me diante do indefinido; eis a vida!
A pureza é original, tormentosa para quem a busca enfeitada.
Depuro-me dos ais e dos risos e com fé faço minha jornada. 
 



Imagem:  Olimpio de Roseh

Vista da praia da enseada - Guarujá
Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 19/10/2012
Código do texto: T3941019
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