Republico:
Tenho fé! E a tenho, com equilíbrio e razão, e se na pronta opinião,
Que outros fazem! MInha fé é sem prima função, rebato! Esta a testa!
Assentada na lida escolhida, e na face que o pai me empresta.
Sou poeta! E quem tenha olhos que veja, no ornato; o diapasão.
A musica não é minha, perdura no mundo e a colho por ocasião.
Poesia na egrégora predomina, feito doce ambrosia, assim nada é novo.
E nada surpreende o poeta, que nas ondas dos séculos é colhido no covo
Das línguas, onde o novedio da mente é colheita de trigo ancião.
Sou préstimo de rente-chão, assim sei meu lugar, nesta vasta ilusão,
E se (ela) a ilusão, me convida, não tenho para ela guarida, dou-lhe despedida,
E dou a cova dos miasmas, minhas falas de prelo e sofreguidão.
Desuso dos verbetes e calo-me diante do indefinido; eis a vida!
A pureza é original, tormentosa para quem a busca enfeitada.
Depuro-me dos ais e dos risos e com fé faço minha jornada.
Imagem: Olimpio de Roseh
Vista da praia da enseada - Guarujá