"Amor entre aspas"
Amor entre aspas
Já falei tudo sobre o amor
Não sei mais o que dizer
Falei do amor enfeitado
E do amor enganado
E do que foi ressuscitado...
Contei lágrimas derramadas
Das tantas de tão ousadas
Naquele fogo que mata
Que magoa e que maltrata
De um amor, do amor-pirata...
Dos encontros-fins de semana
Dos amores do só enganam
Falei até das luas malucas
Do pipocar das sinucas
Do amor que só machuca...
É a vez do amor-mensalão
Agora é a vez do amor-ladrão
Ninguém respeita ninguém
Todo mundo rouba de antemão
Todo mundo mete a mão...
É o amor dito entre aspas
Ladrão, fingido, enganador
Não é aquele enternecido
É aquele muito escondido
No esconde-esconde da dor...
Esse amor foi inventado
Não sofre envergonhado
Ficam nas cuecas escondidos
Milhares de reais conseguidos
Numa depravação descarada...
É a mão-boba correndo solta
Nas acusações, nas mentiras
Com as caras tão deslavadas
Pelas verdades mostradas
Dos come- quieto da vida...
Prefiro aquelas mãos calientes
Que afagam docemente
Meus sonhos de amor-pidão
São pretextos de anseios
Não tem nada de amor-ladrão...
SOCORRO!!!
Salve-se quem puder
Destas teias, da má fé
Sem cuecas a empunhar
Só doçuras para me dar...
Myriam Peres