PASSAGEIROS DA MENTE

A loucura é um elevador que sobe

E não tem andar para parar...

Engendrei-me intranquilo

Por entre os derredores do mundo

Neste silêncio em que as sombras

São sobras do que fomos

Transporto tuas mágoas num copo

Viajo e na proporção em que me desloco

Vens-me na cabeça como o herborista

Que guarda a lembrança da flor

Na fragrância insustentável do amor

Surgem em movimentos como nuvens a tiracolo

Tua formosura e teu sorriso níveo como teu colo

Éramos como a vaga

Que contente ao beijar

O momento de descansar

Na areia da praia se apaga

As coisas são assim ...

De repente se desagregam

E acabamos tropeçando

No tapete mágico de Aladim

O sonho a luzir

As sombras a carpir

É o que ficou

Como um filme de alguém

Que faleceu

A pessoa já se foi

Mais todas as vezes

Que assistimos ao filme

É como se ela estivesse ali

Como uma duna

Que o vento não desfaz

A vida é esquisita

Somos seus visitantes

E seus parasitas...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 18/10/2012
Reeditado em 19/10/2012
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