PASSAGEIROS DA MENTE
A loucura é um elevador que sobe
E não tem andar para parar...
Engendrei-me intranquilo
Por entre os derredores do mundo
Neste silêncio em que as sombras
São sobras do que fomos
Transporto tuas mágoas num copo
Viajo e na proporção em que me desloco
Vens-me na cabeça como o herborista
Que guarda a lembrança da flor
Na fragrância insustentável do amor
Surgem em movimentos como nuvens a tiracolo
Tua formosura e teu sorriso níveo como teu colo
Éramos como a vaga
Que contente ao beijar
O momento de descansar
Na areia da praia se apaga
As coisas são assim ...
De repente se desagregam
E acabamos tropeçando
No tapete mágico de Aladim
O sonho a luzir
As sombras a carpir
É o que ficou
Como um filme de alguém
Que faleceu
A pessoa já se foi
Mais todas as vezes
Que assistimos ao filme
É como se ela estivesse ali
Como uma duna
Que o vento não desfaz
A vida é esquisita
Somos seus visitantes
E seus parasitas...