sudário

velhas caminhadas e as novas

dizem nada muito menos

quem é o quê

cigarro de palha enche o saco

maria fumaça é história

p'ra velho dormir

sonhando cara de boi

falo uma língua universal

mas a cara é sempre de chinês

porque o pó da estrada

é só uma letra de canção

saber a hora de partir

é viver odisseias pessoais

de hoje em diante

vago

sem outra bota

do que a de pisar fora

e apenas deixo lembrança

no papel amassado do bilhete breve

o eletrônico em mim

é o anjo que bateu asas

p'ra longe da loucura planetária

e caiu numa lua sem halo

aonde esquecer é pintar o sonho

no sudário