DESEJOS INSANOS
Pela noite, quando me deito,
Em viagem, pelos meus pensamentos,
O coração se dilacera em meu peito
E minh’alma deixa meu corpo, seu aposento.
E pela janela de tua recâmara
Te observo, oh!... Dormes como uma deia
Envolto em lençol. Sento-me em tua cama
E acaricio teus lindos cabelos, meneia.
Então, ao deitar-me ao teu lado, a menear
Tu começas... num gesto como que
Pressintindo a minha presença, a me abraçar.
Começas... Beijamo-nos e amamo-nos
Pela noite sem fim. Como duas almas gêmeas
Nos tornamos. Oh! Perdoa-me, por desejos insanos.