A CASA DA GENTE
Ruas esquecidas
amargam solidão
janelas que se fecham
entre olhares insuspeitos
Passadas largas na penumbra
tendo a sombra por companhia
numa fria noite de inverno,
o ar gelado arrepia a espinha
A boca ressecada,alivio com a sáliva,
as mãos não saem do bolso,
o ar gelado congela o pescoço
O passo apertado querendo chegar.
A lua ilumina os rostos de quem não conheço
vivo a tanto tempo,aqui,que tudo me parece igual
Arvores centenárias com suas luzes piscantes
enganam os olhos,este céu não tem poesia,
o silêncio nos faz pensar . . .
De todos os piores lugares para se estar agora
este é o pior.
Ruas esquecidas
amargam solidão
janelas que se fecham
entre olhares insuspeitos . . .
Me vem ao pensamento.
Avisto a casa,uma luz tímida me trás um sorriso
,meus filhos,concerteza.
Um café,a cama arrumada,a água quente num banho demorado
o carinho da esposa,não existe melhor lugar para se estar . . .
Do que a casa da gente.