Cordas do Âmago
Sobre o alvo cetim,
O rubro xale coroa em semitons
Toda uma vontade elegia, alvorada versada
Em raras dissonâncias germinadas
Pelas cordas do âmago!
No aparador, o vaso com rosas e folhas
Perfumam tua face, teu peito aberto
Ao toque sutil entorpecido de ensejos fugidos,
E longos desejos entregando-se a canção,
À talante que vem de ti!
É prima_vera, quimera...
Nos trópicos e nas sonatas que descrevem
Salmos e preces desnudos pelo coração,
Entregue ao diapasão dos tempos
Afinando cada acorde em amor!
És pétala, és flor, és bela, és fera
Ouvindo do vento o gorjeio das aves,
A lua beijando o mar, o sol dando luz
Para os meus passos até o teu seio
Inundado de paixão e palavras do Outrem!
17/10/2012
Porto Alegre - RS