AMOR CONTEMPLATIVO
Sem perspectivas concretas
Teus rosto desfigura-se, frente a mim, angustiado
Até teus lindos cabelos parecem entristecidos
De teus olhos graciosos vertem cordiformes lágrimas
Tuas mão tentam escondê-las em vão
A falta de perspectiva semeia mais e mais o pranto
Surge de meu âmago um forte ímpeto
Não consigo entretanto abafar tua tristeza
Apenas as palavras escapam suavemente
Tímidas, elas não te alcançam
Minha alma freia meu coração perdido de amor
Freia meu corpo que insiste em te cobrir e proteger
Apenas nossas mãos juntam-se como dois corpos apaixonados
Acariciam-se deslizando lentamente
Meus comandos já não funcionam bem
Tenho medo da súplica de teus olhos úmidos
Tal qual Dante, temo avançar o limite de onde não se pode ir com a intenção de regressar