Eles se amavam...

Eles se amavam docemente,

serenamente,

suavemente,

eternamente,

cor-de-rosamente...

Eles se amavam

como o riacho que corre,

sem encontrar pedras em seu percurso.

Para eles não havia tempestades,

ventos fortes,

secas...

Era tudo tempo bom.

Céu sem nuvens,

dia claro,

noites amenas,

brisa suave.

Mas será que isso não cansa?!

Será que tudo pode ser tão perfeito?!

Não viver emoções fortes

faz um relacionamento ser completo?

Será que na vida de amor

os acordes vibrantes de Beethoven

não fazem falta?

Experimentar o prazer da reconciliação

não é importante?

E dançar La Cumparsita...

não torna tudo mais tocante?

Mas parece que para eles

aquilo bastava.

Eram felizes.

Déa Miranda
Enviado por Déa Miranda em 14/10/2012
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