Eles se amavam...
Eles se amavam docemente,
serenamente,
suavemente,
eternamente,
cor-de-rosamente...
Eles se amavam
como o riacho que corre,
sem encontrar pedras em seu percurso.
Para eles não havia tempestades,
ventos fortes,
secas...
Era tudo tempo bom.
Céu sem nuvens,
dia claro,
noites amenas,
brisa suave.
Mas será que isso não cansa?!
Será que tudo pode ser tão perfeito?!
Não viver emoções fortes
faz um relacionamento ser completo?
Será que na vida de amor
os acordes vibrantes de Beethoven
não fazem falta?
Experimentar o prazer da reconciliação
não é importante?
E dançar La Cumparsita...
não torna tudo mais tocante?
Mas parece que para eles
aquilo bastava.
Eram felizes.