Costume de prazer

Tá, vou escrever, não devia,

Pois sei que não irás ler,

Mas a sensação de te ver ir

Assim, sumindo aos poucos

Joga-me de volta às poesias.

Poesias para que?

Para mim próprio, pois você

Sei que passa ao largo da Arte.

Mas, a sua presença impõe-se

A minha vida, diariamente.

A cada momento, a cada hora.

Os encontros corridos, desajeitados, às vezes,

Mas, que resultavam em devaneios no paraíso

Criaram em mim um mal costume de ser feliz,

que agora luto para não perder.

Mas, se fores, que se vá para bem longe

Pois, por mais que a sua presença suma

Duvido que consigas roubar-me as lembranças

E as lambuzas de prazer.

Ah, não se vá!