Meu coração é um colibri
Sigo o cantar do colibri
Vindo das amendoeiras distantes
Som de chamada ao sossego
Como os braços estendidos do amante
Ah! meu coração...
Rufla as asas lentamente, anunciando noites
E mesmo que o frio invada minha pele
Aquece-me o sol imaginário
Guardado no âmago de nós
Aquece-me a recordação do calor
De teu corpo colado ao meu
Na nudez de nossas almas
Num recanto secreto do coração
Imagino teu céu, estrelas, cometas
Espargindo luz, iluminando a noite
Muito além da linha do infinito
Onde dorme o colibri, silenciosamente
Sigo então o sonho do colibri
Que os deuses colocaram por distração
Dentro de mim, de ti, em nós
Sem que possamos tomá-lo em nossas mãos
Ah! meu colibri !