Guitarrada
Olha o vaso que cai,
cai certeiro, da mesa e se vai
Em cacos, barros, e flor mimosa.
Causa um grito, um susto, um suspiro
o gato disfarça astuto,
com um certo olhar; de não comigo!
Ambíguo; volta-se para o céu e para a terra,
Abana o rabo e torce o bigode
Olha de novo, sorrindo pequeno,
Entoando a cantilena do gato perigo:
violeta? Ora, as violetas prefiro as rosas!
Matreiro, dança um minuete entre as pernas da mesa
E diz; na boa fala de gato faceiro:
É somente uma flor, fora do andor!
Afague meu pescoço e esqueça o fato.
Logo, outro vaso, outra flor,
E sabes tu, com ela um novo amor.